terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Um dia na vida de uma paciente com câncer de mama...

Acordei pela manhã sem sentir aquela dor de cabeça infernal que quase me matava há três dias.
Meu marido R chegou de uma reunião ontem à noite e logo após a sua chegada, a minha dor de cabeça simplesmente se foi.
Ainda não entendi se era saudade ou um passe magnético à moda “Casa do Richard”.
Todas as manhãs, quem me acorda é o casal de Scottish Terrier, Scoth e Bella.
Só aí, o meu dia realmente começa.
O meu café da manhã agora é igual ao dos hotéis cinco estrelas.
A boa alimentação e a respiração bem feita são muito bem vindas em qualquer momento na vida das pessoas, mas nesta fase são mesmo fatores de sucesso do tratamento.
A alimentação tem que ser saudável e a prescrição médica tem que ser seguida à risca.
E é o que eu faço.
Sigo à risca a dieta prescrita pelo Dr. Frederico Pretti.
Vários tipos de pães, frutas, sucos, ovos, bolo, manteiga, queijo minas e café.
Tudo muito saudável e não saio da mesa com aquela sensação de ter “comido um boi”.
Sempre tive problemas com a minha alimentação.
Sou muito alérgica e o mau funcionamento do estômago e intestino, me acompanham desde muito nova.
Por isso, toda essa alegria de estar me sentindo tão bem.
Comecei a fazer ginástica com 40 anos, com o Personal Fabiano Lara, mas ele se mudou para Cuiabá e agora faço com a Marisa.
Aprendi a gostar de fazer ginástica com ela.
Com o Fabiano, ainda era por obrigação.
Não era culpa dele.
Simplesmente, malhar para mim era um sacrifício e eu realmente não gostava.
E sabe por que é Personal?
Porque é do meu tamanho.
Depois do café, tomo uma chuveirada, visto a minha roupa de ginástica, coloco o som no último volume, com a lista previamente preparada para a Marisa e começo a malhar e a aprender a respirar.
Quando assusto, passou uma hora, a aula acabou e ainda fica um gostinho de quero mais.
Em seguida, vou me arrumar para a terapia, solicitada pelo Dr. Gabriel.
Segundo ele, a terapia é fundamental para quem está vivendo esse processo.
Estou adorando a Dra. Andréa, terapeuta especializada em acompanhar pacientes com câncer.
Estou adorando a sua forma de trabalhar e ela sabe mesmo das coisas.
O meu “para casa” de hoje da terapia é desfrutar das horas que batizei de improdutivas.
Nunca soube ao certo o que isso significava.
Horas improdutivas?
O meu “registro” de horas, sempre foi o de estar fazendo alguma coisa produtiva e importante.
Não fazer nada era quase um sacrilégio para mim.
Mas quer saber?
Não fazer nada, também dá uma sensação muito boa.
Recomendo um livro muito bom que fala do assunto – “O ócio criativo”.
Então, depois de atender alguns clientes e fazer algumas atividades do Personal Finance, antes do almoço, eu resolvi parar e escrever sobre um dia na vida de um paciente de câncer de mama.
Almoço todos os dias em casa e esta hora também é muito prazerosa, pelos mesmos motivos do café da manhã.
No cardápio, legumes, cereais, pouquíssima carne e muita criatividade.
Ou seja, receita de sucesso.
Tomo todos os suplementos e remédios e aí sim, posso dar uma boa relaxada.
Fico descansando até o meu próximo cliente.
Atendo todos com a maior alegria e cumplicidade.
O dia acabando, eu adorando tudo que fiz e feliz.
Sinceramente, não sei ainda qual a diferença entre um dia de uma paciente de câncer de mama e um dia de uma pessoa saudável, mas começo a desconfiar que, tendo ou não câncer, o importante é ser feliz, se amar e se cuidar.
E por falar nisso, ganhei um vidro com gel de Aloe Vera, que segundo o meu cliente Marconi, cura o Câncer.
Vou pesquisar e prometo um post sobre:
Os efeitos curativos do Aloe Vera...

Lúcia Faria

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

No estaleiro...

Quando eu fiz o meu “blog jardim” e comecei a escrever, quase que diariamente, fiz um compromisso de só escrever coisas bonitas e interessantes, mas infelizmente, a vida me mostrou algumas facetas nem sempre tão bonitas ou muito menos tão interessantes assim.
Então, parei um pouco de escrever e acho que isso fez parte deste processo.
Comecei a escrever em maio de 2009, mas a minha vida, de lá para cá, deu uma bela guinada de 360 graus.
Primeiro a dissolução da minha sociedade na Verde que te quero Verde, que dispensa comentários e já faz parte do passado.
Agora, trabalhando como Personal Finance, eu descobri como é importante as pessoas entrarem em contato com os seus medos para vencerem os fatores limitantes que elas têm com o dinheiro e também com uma vida de sucesso.
Toda a minha experiência profissional e fazer terapia desde os 18 anos foram fundamentais para formatação deste trabalho.
Trabalhar como Personal Finance desafia-me a cada sessão e é simplesmente fantástico e revelador.
Depois de já estar trabalhando diariamente, com clientes indo e vindo, muito feliz, acertando todas as arestas, a vida colocou-me no “estaleiro”.
Foi diagnosticado um câncer na minha mama esquerda e agora estou encarando um novo desafio - um tratamento de um ano.
Preciso apresentar para vocês o Dr. Gabriel, o meu mastologista.
Um médico muito especial e comprometido com o paciente.
Ele mostrou-me  a necessidade de começar uma vida diferenciada enquanto eu estiver fazendo o tratamento.
Faço quimioterapia na Oncomed, que merece um post à parte.
Na última consulta mostrou-me também a importância de escrever sobre a doença, o tratamento e também sobre essa nova fase da vida.
Descobri que tenho que deixar essa mulher de 52 anos aparecer.
Ela estava tão escondida que nem eu conseguia encontrá-la com facilidade.
O primeiro passo é deixá-la aparecer sem reservas.
Na primeira análise que fiz sobre o essa nova fase lembrei-me de uma cena do filme “Noiva em Fuga", quando a personagem da Julia Roberts quer descobrir o seu caminho sem deixar se influenciar pelas outras pessoas.
Ela tinha estado noiva várias vezes e nem sabia mais como gostava de comer os seus ovos.
Então, quando ela percebe que sempre foi manipulada pelos noivos, família e amigos, ela faz um teste para descobrir como prefere seus ovos.
Ovo frito? Ovo coché? Omelete? Qual o tipo de ovo ela gosta mais?
Ela faz os vários tipos de ovos, experimenta todos e assim, ela descobre qual ela gosta mais.
Fazendo uma analogia com a minha vida, estou experimentando o que gosto e o que não gosto, com as devidas limitações do meu tratamento, claro.
Descobri que gosto de trabalhar com gente que quer crescer e também que quer ser desafiado.
O programa Personal Finance é muito bom para isso.
Quero conviver com pessoas que acrescentam, que tenham ética e que queiram modificar o mundo.
Pessoas que são alegres, divertidas e principalmente amigas.
Seguir o tratamento à risca é a primeira meta e reaprender a alimentar o corpo e depois o espírito um desafio.
Como sou um pouco compulsiva, às vezes, tenho a tendência de comer algo que me faz mal, mas que me remete a um prazer temporário e nesta nova fase, isso é algo que preciso abandonar.
Agora, o que fazer para alimentar a minha alma?
Tenho algumas respostas, ainda não sei exatamente, mas vou descobrir...

Lúcia Faria
Ouro Preto, 06 de fevereiro de 2011